8 dicas para desenvolver inteligência emocional
Talvez algumas vezes você se sinta confuso com seus sentimentos e pode ser que não consiga decifrar o que as outras pessoas sentem. Lidar com as emoções pode ser complicado, porém, fica mais fácil quando desenvolvemos inteligência emocional para isso.
Lidar com pessoas e suas emoções, assim como compreender os próprios sentimentos, é possível através do desenvolvimento de habilidades. Diferentemente do Q.I., a inteligência emocional não se trata de conhecimentos de cunho intelectual e científico, mas de saber como reconhecer e lidar com sentimentos e emoções, visando o desenvolvimento pessoal e profissional.
Essa habilidade, quando bem trabalhada, favorece o bom relacionamento com as demais pessoas, permitindo entendimento nas relações pessoais e a melhor interação e comunicação no trabalho, possibilitando vantagens nesses dois setores.
Por isso, trazemos para você algumas dicas de como desenvolver a inteligência emocional para alcançar o equilíbrio entre a razão e a emoção, mantendo relações mais saudáveis e visando o seu crescimento.
1 – Observe e analise seu próprio comportamento
Esteja atento para sua própria reação frente às situações que vivencia. Analise a sua atitude e procure entender como ela impactou o seu dia e suas relações. Mude de atitude sempre que perceber que o resultado foi negativo.
2 – Domine as suas emoções
A impulsividade não é uma boa aliada para a maioria das situações. Então, procure dominar seus impulsos e emoções antes de tomar decisões ou dizer alguma coisa. Tente recobrar a calma e a razão antes de tudo. Exercícios de respiração podem ajudar nesse momento.
3 – Aprenda a lidar com as emoções negativas
Não temos apenas bons momentos e bons sentimentos, e quando as emoções negativas (raiva, medo, insegurança, tristeza) acontecem, é preciso dominá-las e não permitir que nos controlem.
4 – Aumente sua autoconfiança
Acredite em seu potencial e em suas habilidades. Acredite que você pode vencer obstáculos e que tem capacidade para superar as dificuldades e os momentos de crise. Faça isso ressaltando para si mesmo suas qualidades e talentos.
5 – Aprenda a lidar com a pressão
As cobranças surgem de todos os lados e constantemente, por isso, precisamos desenvolver a inteligência emocional e aprender a lidar com a pressão do dia a dia para não deixar que a emoção tome o controle. Tente manter a calma em cada situação e pensar racionalmente. Respire e controle a ansiedade para não deixar-se dominar pela emoção.
6 – Não tenha medo de se expressar
Não deixar a emoção te dominar não é o mesmo que não demonstrá-la. Você deve expor o que sente e expressar sua opinião, porém, deve colocar seu pensamento de maneira racional e equilibrada. O mesmo vale para as emoções mais íntimas. Fale sobre seu sentimento na relação e expresse o carinho, o amor e a até mesmo a carência.
7 – Desenvolva o sentimento de empatia
Nada melhor para compreender o outro do que colocar-se na pele dele. Sempre procure colocar-se no lugar do outro vivendo uma situação para conseguir entender suas atitudes. Inverter os papéis pode ajudar a ser mais tolerante e compreensivo.
8 – Exercite o respeito pelo próximo
Todos nós temos necessidades, limitações, direitos e deveres, por isso, é preciso reconhecer que temos falhas e qualidades para conseguirmos respeitar as falhas e reconhecer as qualidades dos outros. A inteligência emocional é caraterizada também pelo respeito às outras pessoas, pela solidariedade e a valorização dos talentos alheios.
Além de trabalhar sua inteligência emocional sozinho, você pode buscar pelo conselho de um profissional de psicologia, que vai lhe ajudar a compreender suas emoções e a lidar com elas. Isso vai te permitir desenvolver o seu potencial e conseguir lidar com as pessoas ao seu redor, mantendo relações mais saudáveis. Para garantir ainda mais harmonia no seu dia a dia, veja como identificar sinais de estresse e desacelerar o ritmo!
- Published in Comportamento, Emoções, Inteligência Emocional, Principais
Depressão: sintomas, diagnóstico, prevenção e tratamento
A OMS divulgou relatório com dados alarmantes sobre a depressão e ansiedade (Ilustração: Pedro Hamdan/SAÚDE é Vital)
O problema
A depressão é caracterizada pela perda ou diminuição de interesse e prazer pela vida, gerando angústia e prostração, algumas vezes sem um motivo evidente. Hoje é considerada a quarta principal causa de incapacitação, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Esse transtorno psiquiátrico atinge pessoas de qualquer idade — embora seja mais frequente entre mulheres — e exige avaliação e tratamento com um profissional. O desânimo sem fim é fruto de desequilíbrios na bioquímica cerebral, como a diminuição na oferta de neurotransmissores como a serotonina, ligada à sensação de bem-estar.
Hoje se sabe que a depressão não promove apenas uma sensação de infelicidade crônica, mas incita alterações fisiológicas, como baixas no sistema imune e o aumento de processos inflamatórios. Por essas e outras, já figura como um fator de risco para condições como as doenças cardiovasculares.
Sinais e sintomas
- Cansaço extremo
- Fraqueza
- Irritabilidade
- Angústia
- Ansiedade exacerbada
- Baixa autoestima
- Insônia (ou sono de má qualidade)
- Falta de interesse por atividades que antes davam prazer
- Pensamentos pessimistas
- Pensamentos frequentes sobre a morte
- Comportamentos compulsivos
- Dificuldade para se concentrar
- Problemas ou disfunções sexuais
- Sensação de impotência ou incapacidade para os afazeres do dia a dia
Fatores de risco
- Histórico familiar
- Transtornos psiquiátricos correlatos
- Estresse crônico
- Ansiedade crônica
- Disfunções hormonais
- Excesso de peso
- Sedentarismo e dieta desregrada
- Vícios (cigarro, álcool e drogas ilícitas)
- Uso excessivo de internet e redes sociais
- Traumas físicos ou psicológicos
- Pancadas na cabeça
- Problemas cardíacos
- Separação conjugal
- Enxaqueca crônica
A prevenção
Para espantar a tristeza sem fim da rotina, é importante gerenciar o estresse e compartilhar as dificuldades do dia a dia. Ler, aprender coisas novas, fazer hobbies e se divertir ajudam a manter a cabeça ativa e livre de pensamentos negativos ou preocupações excessivas. O otimismo, ladeado de bom-senso, assegura o bem-estar emocional.
A máxima “mente sã, corpo são” é cientificamente aceita e o caminho inverso também procede. Ou seja, cuidar do organismo reflete na saúde mental. Nesse ponto, o conselho é praticar atividade física regularmente, inclusive porque estudos atestam que elas incentivam a liberação de hormônios e outras substâncias importantes para a manutenção do humor.
Pesquisas recentes revelam que até a dieta influencia as emoções. Nesse quesito, vale se inspirar no cardápio dos mediterrâneos, abastecido de azeite de oliva, peixes, frutas, verduras e oleaginosas (nozes, castanhas…). As gorduras e os antioxidantes presentes nesse menu estão associados à maior proteção e conservação das redes de neurônios. Quando a comunicação entre as células nervosas está afiada, não sobra espaço para a angústia se apoderar da cabeça.
O diagnóstico
Existem alguns testes e questionários que apontam o dedo para o distúrbio, mas só uma avaliação apurada do médico, que incluirá histórico do paciente e da sua família, bem como alguns exames, poderá cravar se o problema é realmente uma depressão. A condição, aliás, muitas vezes está associada a outros transtornos psiquiátricos. A depressão também é classificada de acordo com a sua intensidade — leve, moderada ou grave.
O tratamento
A depressão pode durar semanas ou mesmo anos. E uma vez que o indivíduo passe por uma crise, corre maior risco de enfrentar episódio semelhante outra vez na vida. Na maioria das vezes, o tratamento é feito em conjunto pelo psiquiatra e o psicólogo. Existem diversos medicamentos antidepressivos, que ajudam a regular a química cerebral, e o médico escolherá segundo o perfil do paciente. O acompanhamento psicológico, que buscará levantar as causas do problema e como ele poderá ser desmontado, é crucial inclusive porque os remédios podem demorar um tempo para fazer efeito.
Dentro da abordagem da psicoterapia, uma das correntes mais utilizadas no tratamento da depressão é a cognitivo-comportamental, que identifica conflitos e auxilia o paciente a encará-los e sair do estado de abatimento. Existem estudos apontando que a acupuntura e a musicoterapia seriam coadjuvantes na recuperação do bem-estar emocional.
No mais, volta à tona a recomendação de um estilo de vida saudável, com dieta equilibrada e prática regular de atividade física. Também se reforça a indicação para combater o estresse concedendo tempo na agenda para atividades prazerosas.
Para os casos mais graves e resistentes ao tratamento convencional, hoje se estuda a aplicação de técnicas como a eletroconvulsoterapia e a estimulação magnética transcraniana.
- Published in Depressão, Principais
A neurociência já pode predizer o comportamento
Ler a mente das pessoas talvez seja a aplicação mais futurista e mais estarrecedora das técnicas de neuroimagem que estão em rápido desenvolvimento atualmente. Mas há outra que pode ser mais útil em curto prazo: a predição do comportamento. Os neurocientistas já estão em condições de utilizar uma série de medidas da função cerebral (neuromarcadores) para prever o futuro rendimento escolar de uma criança ou de um adulto, suas aptidões de aprendizagem e suas habilidades. E também suas tendências ao vício e ao crime, seus hábitos insalubres e sua resposta ao tratamento psicológico ou farmacológico. O objetivo dos cientistas não é chegar à sociedade policial caricaturada em Minority Report, mas personalizar as práticas pedagógicas e clínicas para torná-las muito mais eficazes e favoráveis às pessoas.
“Durante mais de um século”, escrevem na revista Neurono neurocientista John Gabrieli e seus colegas do MIT (Massachusetts Institute of Technology, em Boston), “compreender o cérebro humano dependeu de danos neurológicos ocorridos de maneira natural, ou das consequências imprevistas da neurocirurgia”. Graças a esse tipo de casos, alguns muito famosos entre os neurologistas, foi possível determinar o papel essencial para a linguagem que tem o córtex pré-frontal esquerdo (a célebre área de Broca), por exemplo, ou as regiões envolvidas no comportamento social, a tomada de decisões ou a construção de novas memórias.
Mas essa cartografia das funções mentais experimentou uma explosão em tempos recentes com o advento das técnicas não invasivas de neuroimagem, que descobriram, em milhares de experimentos, as regiões —e associações entre áreas— implicadas na percepção, no conhecimento, no pensamento moral, no comportamento social e na tomada de decisões econômicas, assim como as peculiaridades da estrutura e da função cerebral subjacentes aos transtornos psiquiátricos mais comuns, e a mera diversidade humana que se distribui dentro do leque ‘normal’ e depende de idade, sexo, personalidade e cultura. E também da genética.
O que Gabrieli e seus colegas do MIT propõem é utilizar esse acervo tecnológico capaz de medir a neurodiversidade humana para predizer o comportamento das pessoas. “Essa predição”, diz Gabrieli, “pode resultar em uma contribuição humanitária e pragmática para a sociedade, mas isso vai exigir uma ciência rigorosa e uma série de considerações éticas.”
Por exemplo, uma medição com um simples capacete de eletrodos (completamente não invasiva e chamada ERP, event-related potential, ou potencial de eventos relacionados), realizada 36 horas depois do nascimento do bebê e que determina sua resposta cerebral aos sons da fala, é capaz de predizer com 81% de acerto que as crianças desenvolverão dislexia aos oito anos. E portanto permitiriam aplicar programas educativos especiais a essas crianças durante os primeiros oito anos de vida, um período crucial para o aprendizado da linguagem e compreensão da leitura. Estratégias similares podem ser aplicadas à aprendizagem da matemática e à música, na qual também as diferenças entre crianças são notáveis.
Outro exemplo importante é a predição das tendências ao crime —o que é tudo, menos novidade. “O sistema judicial”, explica Gabrieli, “já está cheio de pedidos (por parte dos juízes, promotores e advogados de uma das partes) de predição de comportamento do réu, que são usados para elaborar pareceres sobre que fiança impor, que sentença proferir ou que regime de liberdade condicional impor”.
Tudo isso já existe, mas se baseia em pareceres de especialistas que, atualmente, são tremenda e comprovadamente imprecisos. As análises de neuroimagem que medem o grau de impulsividade do sujeito, seu controle cognitivo e sua capacidade de resolução de conflitos cognitivos, entre outros, têm o potencial de embasar a decisão do juiz com uma precisão muito maior do que os atuais pareceres de especialistas. São apenas alguns exemplos das possibilidades dessa técnica.
E que servem também para revelar os profundos e delicados problemas éticos que a proposta dos cientistas de Boston suscita. A questão principal é encontrar formas legais de garantir que toda essa informação preditiva seja utilizada para ajudar os cidadãos, e não para que as empresas ou instituições selecionem as pessoas que têm mais probabilidades de sucesso. Esse, de fato, é um problema tão difícil que cabe perguntar-se se a neuroimagem vai causar mais problemas do que benefícios sociais.
Mas Gabrieli e seus colegas não pensam assim, pela simples razão de que as práticas atuais já são muito questionáveis. “Demonstrou-se”, argumentam os cientistas, “que as decisões sobre liberdade condicional tomadas inclusive pelos juízes mais experientes são afetadas por fatores como a hora do dia e a proximidade da hora de comer”. Um critério objetivo de neuroimagem sempre será melhor do que essa roleta, opinam os pesquisadores do MIT.
Toda nova técnica propõe no fundo o mesmo dilema ético: ela pode ser bem ou mal usada. Se a experiência serve para alguma coisa, cabe imaginar que, no final, as duas coisas vão acontecer. Eis aqui um bom material para roteiristas inteligentes.
- Published in Mente, Neurociência, Principais